O mês de setembro é marcado por uma campanha mundial de conscientização sobre a saúde mental, conhecida como “Setembro Amarelo”. Neste período, diversas ações são promovidas para disseminar informações e incentivar a discussão sobre um tema que afeta milhões de pessoas em todo o mundo: o suicídio.
No Brasil, assim como em outras partes do globo, a preocupação com a saúde mental cresceu significativamente nos últimos anos. A pandemia de COVID-19 trouxe à tona desafios adicionais relacionados ao isolamento social, ansiedade, depressão e outros transtornos mentais, tornando ainda mais urgente a necessidade de abordar essas questões de maneira aberta e solidária.
Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, o Brasil registrou cerca de 12 mil suicídios em 2019, uma média de aproximadamente 32 casos por dia. No entanto, especialistas acreditam que esse número pode ser ainda maior, devido à subnotificação e ao estigma que ainda envolve o tema.
Na Bahia, um dos estados mais populosos do Brasil, a situação também é preocupante. De acordo com o Centro de Informações Antiveneno (CIAVE), em 2019, o estado baiano registrou 390 casos de suicídio.
Para a psicóloga e professora da Faculdade Ages, Laísa Aquino, o setembro amarelo tem como objetivo principal conscientizar as pessoas sobre o autocuidado: “É um chamamento para cuidarmos da nossa saúde mental, porque sem ela, nós não temos nenhuma outra saúde”, afirmou.
A psicóloga explica que é fundamental que as pessoas fiquem atentas aos sinais de alerta, como mudanças de comportamento, isolamento social, tristeza profunda e desesperança. Ela também defende quebrar o tabu acerca da temática “suicídio’’ e a necessidade de encorajar as pessoas a procurarem apoio profissional quando necessário.
“As pessoas precisam se acolher. Não podemos ter medo de pedir ajuda. Hoje temos vários dispositivos, públicos ou privados, a Clínica Integrada de Saúde (CIS – Ages), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os serviços de psicologia e psiquiatria e as linhas de apoio como o Centro de Valorização da Vida. É se entender, mas acima de tudo, se acolher”, enfatizou.
Por Rafhael Nobre