Com a chegada oficial do inverno nesta sexta-feira (20), os baianos devem se preparar para um período mais frio do que o registrado no ano passado, segundo previsão do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). A estação será marcada por temperaturas mais baixas, chuvas persistentes na faixa leste do estado e tempo seco no interior, exigindo atenção especial à saúde e aos riscos de queimadas.
De acordo com a Coordenação de Estudos de Clima e Projetos Especiais (Cocep), Salvador e a Região Metropolitana já registram mínimas de 21ºC — até quatro graus abaixo do que costuma ser visto em outras estações. No interior, cidades como Vitória da Conquista, Piatã e Santa Rita de Cássia podem enfrentar temperaturas inferiores a 10ºC.
Frente fria e chuvas persistentes
Na capital e em regiões do Recôncavo e litoral norte e sul, o inverno será acompanhado de chuvas fracas, porém constantes, pelo menos até meados de agosto. A meteorologista Cláudia de Oliveira, do Inema, explica que esse tipo de chuva é típico da estação: “São precipitações leves, mas persistentes. Não acumulam grandes volumes, mas mantêm o tempo nublado e úmido por vários dias”.
À Tribuna da Bahia, o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sósthenes Macedo, disse que a cidade deve passar a maior parte do inverno com tranquilidade, embora não esteja descartada a ocorrência de pancadas de chuva em alguns momentos. “A Codesal segue monitorando e realizando vistorias com equipes formadas por engenheiros, arquitetos e geólogos”, afirmou.
Interior seco e com grande variação térmica
Já nas regiões do centro ao oeste da Bahia, o inverno será seco e com grande amplitude térmica. As manhãs devem ser frias, mas os termômetros sobem rapidamente ao longo do dia, podendo ultrapassar os 36ºC. Além disso, a umidade do ar poderá ficar abaixo dos 30%, o que exige atenção com a saúde respiratória.
“Esse contraste entre temperaturas baixas nas primeiras horas e calor intenso à tarde é característico da estação nessas áreas. A baixa umidade agrava o desconforto e exige maior hidratação e cuidado com a exposição ao sol”, reforça a meteorologista.
Sem influência de El Niño ou La Niña
Neste ano, o inverno acontece sob um cenário de neutralidade climática, ou seja, sem a atuação de fenômenos como El Niño ou La Niña. “Isso favorece o
padrão tradicional da estação, com frentes frias passageiras que deixam o tempo nublado por alguns dias, especialmente no litoral”, detalha Cláudia.
Impactos na saúde, agricultura e risco de queimadas
Além das mudanças no tempo, o Inema chama atenção para os impactos do inverno sobre a saúde e a agricultura. No litoral, a sequência de chuvas é benéfica para as lavouras, enquanto no interior a escassez hídrica e o clima seco podem prejudicar plantações e aumentar os casos de doenças respiratórias. Outro alerta é para o risco de queimadas: “O tempo seco, com calor e ventos, facilita a propagação do fogo, o que compromete a qualidade do ar e a saúde da população”, finaliza Cláudia.
Para enfrentar o período, a população deve adotar alguns cuidados simples. Manter o corpo hidratado continua essencial, mesmo nos dias frios, principalmente nas regiões mais secas. É importante evitar choques térmicos ao sair de ambientes quentes para locais frios, mantendo o corpo agasalhado. Também se recomenda atenção redobrada à saúde respiratória: evitar ambientes fechados e mal ventilados, e utilizar soro fisiológico para manter as vias aéreas hidratadas.
A pele também exige cuidados com o ressecamento causado pelo ar seco, sendo recomendável o uso de hidratantes e protetor solar, mesmo em dias nublados. Por fim, para prevenir queimadas, a orientação é evitar o uso de fogo em áreas abertas e não descartar pontas de cigarro em terrenos secos. Em caso de focos de incêndio, a população deve acionar a Defesa Civil ou o Corpo de Bombeiros.